Cultivo comercial da carambola garante bom retorno ao produtor

A fruta tem poucas calorias, é saborosa, rica em vitamina C e minerais. Nativa da Ásia, a carambola chegou ao Brasil há pelo menos dois séculos.
 
A carambola chegou ao Brasil há pelo menos dois séculos e se deu tão bem nas nossas terras, que virou planta comum em quintais e pomares domésticos das regiões mais quentes do país. Mas a carambola também é cultivada em plantações comerciais. Em São Paulo, ela vem dando bons resultados para um grupo de agricultores.

A fruta, além de ser bonita e saborosa, é rica em vitamina C e minerais. Ela ainda tem poucas calorias. Nativa da Ásia, não é preciso nem precisa descascar para comê-la.

As primeiras mudas comerciais de carambola chegaram ao noroeste de São Paulo pelas mãos de Kiyoshi Shimazaki. O agricultor nasceu na Primeira Aliança, comunidade fundada por imigrantes japoneses em Mirandópolis, há 86 anos, e assim como seus pais, sempre viveu e trabalhou na roça.

De olho no mercado, foi um dos pioneiros da fruticultura na região. “Eu vi que a fruta, no futuro, era um bom negócio, e aí comecei a investir, porque dá em quantidade”, afirma.

O sítio da família Shimazaki tem 100 hectares. Kiyoshi cuida da propriedade com a ajuda do filho Júlio, que também é técnico agrícola. O pomar é bem diversificado, com mexerica, graviola, abiu, manga e pitaia.

O plantio de carambola começou há 30 anos. Hoje, já são mais de mil pés. O começo não foi fácil porque naquela época ninguém entendia muito da fruta e não havia nem produtor de muda em São Paulo. Por isso, Kiyoshi saiu andando pela vizinhança à procura de sementes. Do primeiro plantio, cem pés de carambola vingaram e entre eles um chamou atenção.“Dos cem, um estava muito bonito, então eu investi nele”, conta.

Em parceria com a Esalq, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Kiyoshi foi selecionando os filhos dessa planta e criou uma nova variedade, batizada como ‘C1’.

A família Shimazaki hoje produz quatro variedades diferentes de carambola. Com diversidade de cores, tamanhos e sabores, a família consegue agradar os mais diferentes consumidores.

A caramboleira é uma árvore muito produtiva, uma única planta pode render até 500 quilos de fruta por ano. Para isso, é preciso investir no manejo. “A carambola exige muito da adubação. Fazemos a química no máximo quatro vezes ao ano, uma adubação orgânica, duas vezes ao ano, e mensalmente uma adubação foliar”, explica o agricultor, Julio Shimazaki.

O controle de pragas e doenças também tem que ser caprichado, como explica o agrônomo Roberto Cekiya, que dá assistência à propriedade. “A carambola não costuma ter muitos problemas com pragas ou doenças, mas a principal delas é a mosca das frutas e a lagarta. Elas causam uma lesão que deprecia a fruta para a comercialização. Outro problema ligado a doenças da carambola é o fungo”, afirma.

Para reduzir estes problemas, os frutos que caem no chão são recolhidos e retirados do pomar. O controle é feito com a aplicação de inseticidas e fungicidas. Para controlar o mato, a família Shimazaki não usa herbicida, só capina. O serviço é feito por uma roçadeira, que além de cortar as plantas, joga a palhada debaixo das fruteiras.

“Com uma roçadeira ecológica, o capim é jogado totalmente embaixo da copa. Com isso, há um abafamento das ervas daninhas. Não precisamos usar herbicidas, mantemos a umidade do solo, deixamos ele mais fresco. Assim fazemos um trabalho ecologicamente correto”, afirma Júlio Shimazaki. Outra medida importante: para não faltar água e não comprometer a produtividade, todo o pomar é irrigado.

Naturalmente, a carambola produz por seis meses ao longo do ano, mas a família Shimazaki utiliza um sistema de manejo que estende essa produção por onze meses. A técnica consiste em uma poda feita de forma alternada. O corte dos galhos induz a planta a florar. A área é dividida em talhões e a cada semana um deles é podado. Assim, a produção vai se estendendo ao longo do ano.

“Primeiro é feito uma limpeza na entrada, chamada de janela, para ventilar melhor. Depois se faz uma limpeza na planta, retirando brotos improdutivos. No meio é tirado o broto ladrão, um galho ereto, que fica posicionado lá no centro. Ele é considerado ladrão porque não produz nada. Isso é tirado aleatoriamente para a árvore não ficar totalmente careca. É só para ficar uma copa mais baixa”, explica o agricultor.

A poda também serve pra evitar que as plantas fiquem muito altas. Para facilitar a colheita, o ideal é que a caramboleira tenha no máximo, dois metros e meio de altura.

Do campo, as frutas seguem para o barracão, onde são selecionadas e embaladas. “Hoje a nossa produção chega a cerca de 200 toneladas de fruta ao ano”, afirma o agricultor.

Animados com o sucesso da família Shimazaki, outros produtores decidiram investir nessa fruta, como Mílton Murai, que há onze anos, só planta carambola. “Para ter uma carambola de boa qualidade, tem serviço para o ano todo, então não tem dado tempo para fazer outra coisa, por isso produzo apenas a carambola”, declara o agricultor.

Mílton cuida sozinho das 340 caramboleiras. De manhã faz a colheita e depois de cumprir a meta do dia se dedica a outras atividades, como o raleio dos frutos. “Como a árvore fica muito carregada, a gente tira um pouco para as melhores poderem crescer, a gente costuma tirar as que ficam presas entre os galhos, e que estão machucadas ou tortas”, explica.

Na hora de preparar as frutas para a venda, Milton conta com a ajuda da mãe e da mulher. Por ano, a família Murai produz 15 mil caixas, com dois quilos de carambola. “Por cada caixinha eu tiro dois reais”, afirma.

Assim como a família Shimazaki, Mílton manda toda a produção para a cidade de São Paulo. As carambolas sadias, mas sem padrão pra mesa, ficam em Mirandópolis, em uma fábrica que produz frutas desidratadas. “Aqui nós processamos as frutas da região, como a goiaba, o abacaxi, a carambola, manga e o mamão”, diz Paulino Nakashima, dono da indústria.

As carambolas são lavadas, higienizadas, fatiadas e vão para uma estufa, que retira toda a água das frutas. “Em média leva de 10 a 12 horas para a carambolas desidratar”, explica.

Depois desse processo, as estrelinhas de carambola estão prontas para o consumo. “Em cada safra processamos mais ou menos três toneladas, o rendimento varia de cinco a dez por cento. A cada três toneladas dá em torno de 300 quilos", conta.

Seca ou in natura, a carambola tem mercado, principalmente nos grandes centros urbanos, o que vem garantindo um bom retorno para os produtores da região. O cultivo da carambola tem espaço para crescer no Brasil, porque a fruta só não vai bem nas regiões frias e sujeitas a geadas.

 Fonte de pesquisas : Globo Rural


Produção de frango cresce na Bahia

O aumento da produção de grãos no oeste na Bahia está permitindo que o Estado se consolide como um importante produtor de carne de frango. A maior disponibilidade de matéria-prima tem favorecido a expansão das granjas de criação de frango de corte na Bahia, a exemplo do que aconteceu nos Estados do Centro-Oeste.

Dados da União Brasileira de Avicultura (UBA) mostram que o alojamento de pintos de corte na Bahia cresceu no ano passado 13,3%, para 107,47 milhões de aves, duas vezes acima da média nacional, que foi de 6,2%.
Entre os Estados que fazem parte da nova fronteira agrícola brasileira (BA, MA, PI e TO), a Bahia se destaca como maior produtor de frango e bem na frente dos demais. Enquanto o Piauí alojou 22,62 milhões de aves no ano passado, Maranhão e Tocantins tiveram um alojamento de pouco mais de 18 milhões de frangos. Juntos, os três Estados alojaram pouco mais da metade do que foi produzido pela Bahia sozinha em 2008.
"A indústria de frango da Bahia era grande importadora de grãos e acabávamos colocando nos produtos uma carga tributária que vinha de outros Estados", afirma Marcelo Plácido Correia, presidente da Associação Baiana de Avicultura (Aba). Ele lembra que no fim da década de 90, o alojamento de pintos de corte era de 3 milhões por mês, aproximadamente 35 milhões por ano. Hoje, o alojamento de aves se aproxima de 10 milhões por mês.
Esse avanço na avicultura, de fato, tem uma forte relação com o aumento da produção de grãos. Na última década, a produção de milho quase dobrou, passando de 1 milhão para 1,99 milhão de toneladas na safra 2008/09, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No caso a soja a situação não é diferente. No mesmo período, a produção passou de 1,15 milhão para 2,41 milhões de toneladas, apresentando um crescimento de 109,6%.
Agência Estado


Projeto de lei do Governo da Bahia estimula atividade de agricultores familiares

Como parte das ações do mais novo programa do Estado de apoio à atividade socioprodutiva, o Vida Melhor, o Governo da Bahia enviou, nesta terça-feira (6), à Assembleia Legislativa do Estado, um projeto de lei que visa fomentar a economia e a produtividade agrícola, além de equacionar o endividamento dos agricultores familiares. O objetivo é ampliar o acesso ao crédito rural, estimulando a produção e a comercialização de produtos da agricultura familiar. A proposição possibilitará a absorção, pelo Fundo de Desenvolvimento Social e Econômico (Fundese), de até 2% do valor a ser pago por mutuários adimplentes em financiamentos contratados junto a instituições oficiais e cooperativas rurais, estimulando o crédito para agricultores familiares em situação de maior vulnerabilidade social e produtiva. Com esta medida, os pequenos produtores que desenvolvem atividades no semiárido não pagarão juros nos empréstimos, pois esses encargos serão absorvidos pelo Estado. O PL autoriza o Fundese a custear até 20% do saldo devedor das operações de crédito rural, com vistas a apoiar os agricultores familiares residentes nos municípios baianos da região semiárida – que tenham população inferior a 20 mil habitantes – no processo de renegociação de suas dívidas no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Condições diferenciadas
Segundo o coordenador-executivo do Programa Vida Melhor da Casa Civil/BA, Fábio Freitas, o Governo da Bahia reafirma o compromisso com a agricultura familiar e o seu papel estratégico para o desenvolvimento socioeconômico do estado. “Além do acesso a uma linha de crédito diferenciada, o governo assume os juros da operação e incentiva a regularização creditícia para os produtores dos municípios mais vulneráveis do nosso semiárido, melhorando assim as condições de trabalho e renda na agricultura familiar”. O superintendente da Agricultura Familiar da Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), Wilson Dias, disse que as medidas estimularão a aplicação do crédito rural de baixo custo e longo prazo, possibilitando o desenvolvimento das atividades agropecuárias da população de menor renda. “Vamos tirar da invisibilidade segmentos sociais do meio rural baiano tipicamente sem acesso ao crédito, como as mulheres e os jovens rurais, além de contribuir com a superação das adversidades do clima seco, para gerar produção e renda em locais tradicionalmente limitados”.
Alterações
O PL altera a Lei nº 7.599, de 7 de fevereiro de 2000, que dispõe sobre o Fundese, e a Lei nº 11.611, de 1º de outubro de 2009, a qual institui medidas de estímulo à renegociação de dívidas oriundas do Pronaf. 

Por: Antônio Lima


DIAGNÓSTICO IDENTIFICARÁ PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO TERRITÓRIO LITORAL SUL

Um diagnóstico da agropecuária para conhecer o que é produzido nos 26 municípios do Território Litoral Sul será elaborado pelo Fórum de Secretários de Agricultura da região. Com apoio e participação da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), Agência de Defesa Agropecuária da Bahia, (Adab), Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Ceplac e prefeituras, os integrantes do fórum se reuniram, no município de Camacan, e também apontaram a necessidade de identificar a vocação de cada município do território. A realização do diagnóstico foi anunciada pelo presidente do fórum e secretário da Agricultura e Meio Ambiente de Itabuna, Antonio Marcelino de Oliveira Santos, durante encontro de 20 dos 26 secretários da pasta na região, com o secretário estadual da Agricultura, Eduardo Salles. A reunião aconteceu na sexta-feira (2) na Câmara de Vereadores de Camacan. Segundo o secretário, o diagnóstico é uma ação estruturante e fundamental para orientar a formatação de políticas públicas. “Com esse inventário, podemos avançar muito, buscando recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário, do Ministério da Agricultura e do Ministério do Desenvolvimento Social”, disse Salles. O fórum irá se reunir, na primeira terça-feira de cada mês, com a presença de Jeandro Laytynher Ribeiro, diretor da Superintendência de Agricultura Familiar (Suaf), representando a Seagri. A reunião com os secretários integrou a programação do Projeto Seagri Itinerante entre os dias 31 de agosto e 2 deste mês, em Camacan.


Associação Rural do Jacarandá inaugura fábrica Agroindustrial em Ibicaraí

Com uma ação inédita na região, o governo municipal, com o apoio dos governos estadual e federal, inaugurou nesta terça-feira (30), uma fábrica agroindustrial, na zona rural do município de Ibicaraí, na região do Jacarandá, que vai proporcionar cinqüenta empregos diretos e mais de trezentos indiretos.

A Prefeitura de Ibicaraí, junto com a Associação Rural do Jacarandá, conseguiu através de projetos voltados a ações coletivas de gerações de rendas, e as associações de comunidades carentes das zonas rurais, a implantação de uma micro-indústria de derivados do cacau, da cana-de-açúcar e frutas silvestres provenientes da região. A produção gerada por ações da fábrica, serão divididas proporcionalmente entre os associados, depois de eliminados os devidos tributos, e os incentivos para futuros projetos de crescimento em prol da comunidade.

Estiveram presentes a inauguração da unidade o Prefeito Lenildo Santana e seu vice, Lula Sampaio, o Diretor de Coordenação de Desenvolvimento Agrário (CDA) Luís Anselmo Pereira, Claudio Dourado, Prefeito de Ibicuí, Josefina Castro, Prefeita de Coaraci, Drª. Sandra Cardoso, Prefeita de Floresta Azul, agricultores e representantes de associações e cooperativas de vários municípios, o Padre Pedro com representante de uma comunidade quilombola da região de Morro do Chapéu e mais de seiscentas pessoas de várias localidades.

O evento teve início às 08:30 com uma oração de agradecimento acompanhado de um café da manhã. Às 10:00 foi feito a apresentação das autoridades que contribuíram para o fortalecimento da agricultura familiar e implantação da agroindústria na região. Às 11:00 foi assinado contratos da associação para aquisição de uma propriedade rural através do crÉdito fundiário. Às 11:30 foi inaugurado o 1º módulo agroindustrial, em seguida foi feita a visitação com apresentação das instalações e os maquinários pelo técnico responsável Eng.º João Cabral, apresentações culturais realizadas por alunos do PROJOVEM e PETI, e logo em seguida o almoço que foi servido a todos os presentes ao evento.

No discurso de inauguração o Prefeito Lenildo Santana agradeceu a presença de todos: “A instalação dessa da fábrica se justifica, não só por que será o primeiro empreendimento dessa natureza na região, mas porque criará uma nova oportunidade agroindustrial no município, implementando a política estadual de desconcentração espacial e formação de adensamentos industriais nas regiões com menor desenvolvimento econômico e social além da agregação de valor dessa importante cultura da agricultura familiar”.

Dando continuidade ao evento, logo após o almoço foi feita uma visita a fábrica de chocolate da agricultura familiar de Ibicaraí onde foi encerrado o evento.

Por: Antônio Lima


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