Exportações baianas fecham primeiro semestre com queda de 20,4%

Passando por um ciclo de desvalorização que se acentuou desde a segunda metade do ano passado, as exportações baianas recuaram 20,4% no primeiro semestre de 2015, atingindo US$ 3,53 bilhões contra US$ 4,43 bilhões no mesmo período de 2014. Em junho, como ao longo de todos os seis meses do ano, as exportações registraram queda, desta vez de 12,3%, comparadas a igual mês do ano anterior, alcançando US$ 652,8 milhões. As informações foram apuradas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento (Seplan).
A desvalorização de cerca de 30% do real ante o dólar nos últimos 12 meses ainda que primordial, por garantir a rentabilidade das vendas externas em vários segmentos, ainda não foi suficiente para reverter a queda das exportações.
A redução nos preços dos produtos exportados, que alcançou no ano, em média de 13,4%, pressionou para baixo os valores dos embarques. Em alguns setores como o de derivados de petróleo, e da soja e derivados, a perda de preços chegou a 47,5%, e 24,4% respectivamente, quase que neutralizando os ganhos obtidos pelos exportadores com o câmbio.
Pesou também para o desempenho negativo das exportações no primeiro semestre, o baixo crescimento da economia mundial, e a desaceleração econômica dos países emergentes, como a Argentina, que resultaram na queda do volume físico embarcado (quantum) em 8%. A redução este ano deveu-se, essencialmente, à redução dos embarques de derivados de petróleo em 51% - devido à parada para manutenção de importante unidade produtiva na RLAM - e dos produtos químicos/petroquímicos, principalmente para os EUA, por conta do avanço da competição chinesa.
Com exceção da China, para onde as vendas externas baianas cresceram 20% - o que manteve o país como principal destino para as exportações do estado -, todos os outros principais mercados registraram queda no semestre, evidenciando o ainda pouco dinamismo da economia mundial: UE (-17%); EUA (-42%); Mercosul (-20%) e demais da América Latina (-9%).
IMPORTAÇÕES
As importações baianas voltaram a crescer em junho 21,9% (US$ 720,1 milhões), depois da queda verificada em maio. Diferentemente do ocorrido no crescimento em meses anteriores, os combustíveis não foram os responsáveis pelo aumento. Em junho, as compras de cobre (minério, catodo e ânodos) pressionaram as importações, com elevação de 432%, sendo o maior responsável pelo crescimento das compras externas do estado no mês.
Os bens de capital (máquinas e equipamentos), também registraram crescimento de 4% em junho, reforçando a tendência já verificada no ano, quando esta categoria alcançou crescimento de 9%, indicando que apesar do ambiente momentaneamente desfavorável, as empresas continuam a investir para ampliar a capacidade instalada na economia.
No semestre, as importações cresceram 9,4%, em muito calcadas no aumento das compras de combustíveis em 43%, principalmente de GNL – Gás Natural Liquefeito em 100%, utilizado em larga escala no suprimento de usinas térmicas por conta da crise hídrica. Descontadas esta categoria, no entanto, as compras externas do estado registram queda de 4,2%, no semestre, resultado do fraco desempenho da economia doméstica e redução da atividade industrial que encolheu 11% no ano até maio.
Tanto em junho como no semestre, a balança comercial da Bahia apresenta déficit, resultado do crescimento maior das importações no período. Em junho o déficit atingiu US$ 67,3 milhões, enquanto que nos seis primeiros meses do ano ele atinge US$ 1,1 bilhão.
Fonte:
ASCOM - SEI
Tel: 3115-4729


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