A vassoura-de-bruxa é uma doença fúngica típica de cacaueiros, ocasionada pelo basidiomiceto Moniliophtora perniciosa. É, sem dúvida, uma preocupação para os plantadores de cacau. Esse fungo ataca especialmente os frutos e brotos causando a diminuição significativa na produção, e em alguns casos pode levar o cacaueiro à morte.
Surgida na bacia amazônica, esta doença é uma das doenças fitopatológicas mais graves do Brasil. Só na década de 90 a produção por ano caiu de 320,5mil toneladas para 191,1mil toneladas, uma redução de quase metade somente por conta desta doença. E quando o mercado internacional consumidor do cacau brasileiro tomou conhecimento da infestação desta doença, reduziu seu consumo e já não queriam mais pagar o preço praticado até então. Com a produção em queda vertiginosa e o consumo também, havia mais cacau do que compradores, o que obrigou o desaquecimento nos preços. Hoje a produção está reduzida praticamente à saciar a demanda interna do país.
Entre tantas tentativas de controles sugeridas, muitas ineficazes, a que melhor se encaixa é a de plantar mudas modificadas geneticamente, mais uma vez o melhoramento genético está como base de um estudo. O que ocorre é que as mudas agora plantadas são mais resistentes à vassoura-de-bruxa, com isso menos suscetíveis à contaminação. E é essa técnica que está sendo atualmente utilizada no sul da Bahia. O problema é que estas espécies são resistentes, mas não imunes. Então com o passar das gerações podem se tornar outra vez frágeis.
Com tantas dificuldades de combater essa doença, foi lançado um programa para sequenciar o genoma da vassoura-de-bruxa. Num esforço conjunto de várias áreas de pesquisa (biologia celular, morfofisiologia, bioquímica, etc…) será possível obter resultados (dados) e cruzá-los, para tentar descobrir qual a sequência genômica responsável por tantos prejuízos. Desta maneira então tentar propor uma solução de controle mais eficiente, menos vulnerável e não efêmera. Ainda que seja um estudo a longo prazo, o resultado obtido poderá ser igualmente duradouro.
Por: Marilia Araujo
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